terça-feira, 21 de outubro de 2008

SERMÃO DO MONTE – INTRODUÇÃO ÀS BEM AVENTURANÇAS


MT. 5:1-12 / Lc 6:20-26 / Cl 1:12-13 / Fp 3:17-21


Nosso modelo é o Senhor Jesus Cristo. Enquanto falava no monte, apresentava-se como o Modelo a ser seguido.

1 – Para se estudar as bem aventuranças de forma correta, é preciso partir do geral para o particular. Isso evita heresias e má-compreensão, que ocorrem quando se toma alguma delas de forma separada das outras.

2 – Bem aventurado = feliz, abençoado

Martin Loyd-Jones diz

“Esse é o tipo de homem que deveria ser congratulado, que deveria ser imitado, pois somente ele é verdadeiramente feliz!”

3 – Enquanto todos buscam a felicidade em muitos lugares, ela só se encontra nas bem-aventuranças. Felizes, verdadeiramente felizes, são os descritos no Sermão do Monte.

4 – As bem aventuranças são a descrição do caráter de Cristo, da Sua própria Pessoa. E deve ser esse o caráter do cristão que segue a Cristo e permite a Ele que viva Sua vida, com todo Seu poder, através dele.

4.1 - Todo cristão deve ser assim: As bem aventuranças não são aplicáveis apenas a homens acima da média, especiais, mas para todos os que recebem a Cristo. São características do cidadão celestial. É a vida do Senhor sendo vivida naqueles que Deus tirou das trevas para a maravilhosa luz do Seu Filho.

4.2 - Todos os crentes devem manifestar todas essas qualidades. As bem aventuranças obedecem a uma sequência importante:

Quem é pobre de espírito – chora
Quem chora – é manso
Quem é manso – tem fome e sede de justiça
Quem tem fome e sede de justiça – é misericordioso
Quem é misericordioso – é puro de coração
Quem é puro de coração – é pacificador
Quem é pacificador – sofre perseguição por causa da justiça.

4.3 - As bem aventuranças são espirituais e produzidas espiritualmente, pelo Espírito Santo
Não se tratam de características naturais dos homens. Não é ser naturalmente humilde, manso, misericordioso etc, mas é ter isso produzido pelo Espírito Santo, através da obra da Cruz. Se dependesse de algo natural, alguns teriam vantagem sobre outros, por causa de seu temperamento, mas Deus quer e produzirá em cada um que permitir a Ele, todas essas características, que são do Seu próprio Filho.

5 – O Sermão do Monte estabelece uma diferença clara entre os que crêem e os que não crêem: O bem aventurado é um derrotado para o mundo. Ele é um sofredor, um desprezado. O mundo não consegue entendê-lo, não consegue compreender como ele não usufrui das coisas deste mundo como eles fazem.

DIFERENÇAS ENTRE OS QUE O SERMÃO DO MONTE CONSIDERA FELIZES E OS QUE O MUNDO CONSIDERA FELIZES

Os bem-aventurados segundo a Palavra de Deus
Os Humildes
Os que Choram
Os mansos
Os misericordiosos
Os puros de coração
Os pacificadores
Os perseguidos

Os bem-aventurados segundo o mundo
Os soberbos, orgulhosos
Os que riem, se sentem realizados com os prazeres do mundo
Os que lutam por seus interesses
Os que não têm misericórdia, não se preocupam com os outros, com seus sentimentos, apenas consigo mesmos.
Os que têm o coração dividido, buscam de tudo um pouco (inclusive na religião) para se satisfazerem
Os que não “levam desaforo para casa”, são vingativos, odeiam e são odiados, vivem em guerra.
Os que têm “jogo de cintura”. Não buscam a justiça, mas seu bem estar, ainda que isso custe a verdade.

6 – Conclusão


As bem aventuranças não são características próprias do ser humano. Só a vida de Cristo pode nos capacitar a viver tal vida, pois é Ele mesmo vivendo em nós.

Cristo, pelo Seu Espírito que habita em nós, quer manifestar toda essas qualidades em nós. Elas, no entanto, não vêm separadamente. À medida que permitimos que Cristo se manifeste através de nós, vamos manifestando essas qualidades. Devemos nos conformar a Ele e não ao mundo (Rm 12:1-2). Devemos nos oferecer como sacrifício vivo, santo e agradável. Ele é quem deve viver e nós vivermos pela Sua vida. O bem aventurado é aquele que foi libertado de sua própria vida, de seu egoísmo e agora Cristo vive nele. De outra forma, nossos esforços só nos levarão ao fracasso e desânimo e, cada vez mais, à desilusão.

“Portanto, na porção que contém as bem aventuranças, há uma descrição do crente. Você percebe o quão diferente em essência ele é do incrédulo? Posto isso, as indagações vitais que nos convém fazer a nós mesmos são as seguintes: Já fazemos parte desse Reino? Estamos sendo governados por Cristo? Ele é, verdadeiramente, nosso Rei e Senhor? Estamos manifestando Suas qualidades recomendadas pelo Sermão do Monte em nosso viver diário? Temos uma grande ambição por sermos assim? Percebemos que isso é o que se espera de nós? Estamos sendo verdadeiramente abençoados? Somos felizes? Já estamos satisfeitos? Obtivemos a paz?
Após examinarmos juntos essa descrição geral, como é que vemos a nós mesmos? O único homem realmente feliz é aquele que manifesta essas características, por ser deveras abençoado. Trata-se de uma questão simples. Minhas reações a essas bem aventuranças anunciam exatamente aquilo que sou. Se porventura sinto que elas são difíceis e demasiadamente severas, se sinto que elas me são adversas, retratando um tipo de vida e um caráter que não aprecio, então devo temer que isso simplesmente signifique que não sou um crente. Se eu não quero manifestar essas qualidades, então é por que devo estar morto em delitos e pecados. É impossível que eu tenha recebido a vida eterna, se essa é a minha atitude. Por outro lado, se me sinto indigno, mas ainda assim quero ser conforme dizem essas descrições bíblicas, muito bem... então por mais indigno que eu seja, se esse é meu desejo e ambição, é porque a nova vida deve estar pulsando em mim, é porque devo ser um filho de Deus, é porque devo ser um cidadão do Reino dos céus e do querido Filho de Deus.
Que cada um examine-se a sim mesmo.”

(Martin Loyd-Jones – Estudos no Sermão do Monte – pp 35-36)

Nenhum comentário: